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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O cliente nem sempre é rei, mas a sede é tamanha...

Um post do meu ouro blog. Ele é de agosto de 2007.
Qualquer semelhança é mera concidencia :)
O cliente nem sempre é rei, mas a sede é tamanha!
Aqui vai um estoria das férias, que ilustra bem o senso comercial dos franceses.

Uns amigos chegaram perto da hora do jantar, para passar o final de semana no nosso chalé na montanha, e o "Chéri" previnido, resolver ir comprar mais vinho tinto, antes de começar a beber. Foi até o mercadinho na esquina e perguntou ao casal que ali estava se preparando para fechar: Voces estao fechando? Nao, nos ja estamos fechados, boa noite!
Sem desanimar, entrou no carro e foi mais adiante num outro mercadinho. Chegou ao mesmo tempo que uma mulher, e a cena era a mesma, o pessoal se preparando para sair. Dessa vez a mulher perguntou se podia entrar e o "Maridon" logo atras de butuca. E o cara disse: Acabei de passar pano no chao, entao se quiser entrar tem que entrar com o pano, apontando para o chao.
A mulher ficou meio atrapalhada, limpou demoradamente os pés no pano e deu um passo em direçao as prateleiras, nisso o caboclo gritou: Nao minha senhora, nao é assim nao, tem que andar em cima do pano! Ela olhou pro pano, e pro corredor, pensativa e perguntou: Amanha voces abrem à que horas? E foi embora sem reclamar nem bater a porta. Ela saindo, o "Dileto" pulou em cima do pano, e como o bicho tem uma pratica invejavel, saiu que saiu patinando pelos corredores, escolheu duas garrafas e voltou no caixa, todo sorrisos com o pano em baixo dos pés. Enquanto pagava e discutia com o cara as qualidades dos vinhos, chegaram dois gringos e perguntaram num frances macarronico se podiam entrar, e depois do veredito do frances foram embora sem encarar o pano de chao, acho que nem entederam!
E o "Cara Metade" saiu rindo, e com a certeza que esta completamente adaptado à cultura francesa.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Andrée Putman e um pouco da sua biografia







O Hotel de Ville de Paris organisa exposiçoes lindas que sao gratuitas. Hotel de Ville é na verdade a prefeitura de Paris. Paris é dividida em 20 bairros cada qual com a sua sub-prefeitura, com eleiçoes para prefeito e tudo.
Bom, voltando a lindo Hotel de Ville:
Nesse momento esta tendo uma exposiçao que eu ainda nao pude ir, mas irei sem falta: Sobre a designer Andrée Putman. Essa mulher maravilhosa tem 85 anos ou mais, e começou a trabalhar com design aos 53. Muito rebelde, detesta tudo o que é o "bom gosto". Ela é uma artista e um personagem maravilhoso, desses que inspiram.
Exposiçao:
Andrée Putman, ambassadrice du style, Hôtel de Ville de Paris, 5 rue de Lobau, 75004 Paris

Aqui um pouco da biografia dela:


Nascida Andrée Christine Aynard 23 décembre 1925 em Paris no bairro 6eme, França, é uma arquiteta de intérior e designer francesa.

Durante muito tempo foi considerada uma pessoa excentrica chocante, que gostava de defender o "indefendivel", Andrée Putman deve sua notoriedade a outros paises. Os novaiorquinos foram os primeiros à ve-la como uma artista, como icone parisiense do bom gosto frances.

As criaçoes de Andrée Putman
1978. Andrée Putman cria sua empresa: Écart (traduzindo: "lacuna"), primeira agencia da qual vai suceder 20 anos depois o Studio Andrée Putman, em Paris. « Eu estou desnorteada com essa sorte magnifica que eu tive de conservar a minha liberdade, de nao ter virado a queridinha do "establishment", de ter escapado da burrice qu sao as recompensas e honrarias », ela explica para justificar o percurso atipico. Percurso esse que nao da para classificar, por causa da diversidade de experiencias pela energia, longevidade de sua criatividade. Pois foi aos 53 anos que Andrée Putman começou de verdade a carreira que a tornou famosa de Nova Iorque à Hong Kong.

A arte desenvolta
Em matéria de organisaçao do espaço, de arquitetura d'intérior, Andrée Putman trabalhou para hotéis, lojas, escritorios, e casas. À cada vez vemos esse estetica despida, de maneira a nao desnaturar o lugar, à ponto de colocar aparente a estrutura, de mostrar materias escondidos sob revestimentos para brincar com o imaterial, as perspectivas, os materiais e os efeitos de luz e sombra. Podemos ver em suas criaçoes tudo o que faz sua personalidade: A vontade de quebrar barreiras, de reconciliar o que as conveniencias destruiram, a vontade de facilitar a vida das pessoas e de trazer fantasia, sem se deixar ir pela facilidade.
"Os lugares cheios, sufocando de riquezas, de efeitos de brilho sao insuportaveis para mim. Gosto de ver o espaço que me é entregue em toda a sua nudez".
Ela faz muito com pouco, com sobriedade e com materias nobres e sobretudo com muito talento.

Enfancia e juventude (1925-1944)
Andrée Putman nasceu em uma familia rica, de banqueiros e notaveis de Lyon. Seu avo, Édouard Aynard, é o fundador do banco Maison Aynard e filhos; sua avo é descendente da familia dos irmaos Mongolfier, inventores do balao.

Andrée cresceu no bairro 6eme de Paris, rua des Grands-Augustins. Criança, ele passou a maior parte dos veroes na Abbaye de Fontenay, edificio suberbo que abrigava o atelier dos irmaos Montgolfier comprado por seu avo em 1906. Esse primeiro encontro com a arquitetura marcou sua sensibilidade artistica, e deu origem ao seu gosto por espaços com sobriedade, simplicidade e até austeros.

Sua educaçao passou em primeiro lugar pela musica. Ela estudou piano e aos 19 anos recebeu um prêmio do conservatorio de Paris. A carreira de musico profissional a repele. Andrée Putman buscou um caminho para satifazer sua curiosidade.

Ela que diz nao gostar do "bom gosto", virou o sinonimo disso (mas do verdadeiro bom gosto).

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Fé no ser humano

Fim de semana de muita chuva, friozinho. Esse tempo triste que anuncia o que esta por vir: O Inverno, 4 a 5 meses de céu cinza, de noites longas, de aquecedor ligado direto.
Domingo o minha metade da laranja arrumou as malas e foi para o Brasil. Viajou a trabalho por 2 semanas. Eu sou uma mulher muito machona, e nao fraquejo por nada, nunca (ou quase). Assim fico eu, umas 4 vezes por ano, com as crianças sozinha aqui. Nao demonstro nada, vai tranquilo, aqui é moleza... Por dentro fico super insegura, pois tenho que cuidar das crianças e trabalhar e gerenciar a casa, sozinha. Sempre me da um frio na barriga do cacete nessa situaçao.
Ontem fui na sacada ve-lo descer a rua em direçao ao trem, puxando a mala. Uma tristeza daquelas, pela responsa. E se acontece alguma coisa? Essas coisas que pasam na cabeça de uma mae...
Ai pensei comigo: Conheço tanta gente, mas a verdade é que a gente veio ao mundo sozinho e esta sempre sozinho. Isso é uma coisa que eu realmente acredito, pra mim é fato. Também sempre penso que esse individualismo é mais marcante na França, que no Brasil. Cada um por si.

Enfim, la pelas 7 da noite me liga uma vizinha, que virou uma amiga e me diz: Pelo amor de Deus, se voce quiser ajuda com algo, ou que eu passe pegar o teu filho pra levar na escola de manha, durante esses dias que o Fabio nao esta, me diga que eu venho, com prazer!

Nao é uma maravilha isso?! Num telefonema essa linda restaurou a minha confiança no ser humano, e no ser humano frances também. Eu adoro ajudar o proximo, e as vezes me sinto um pouco otaria, mas nao é assim mesmo.

Ca pra nos, eu curto muito ficar com os meus lindos, e acho gostoso pois a gente faz uma nova rotina e se diverte juntos de uma maneira diferente.

Ludoteca:

Mudando de saco pra mala: Sabado fui a Ludoteca com meus dois meninos. Fica a 5 minutos de carro de casa, ou a 15 minutos de onibus. Que coisa de primeiro mundo que é isso: Sao uns 500 m² divido em varias salas cheias de brinquedos, dividido por temas, ou idade. As crianças ficam completamente maravilhadas com tanto brinquedo para pegar, brincar, a vontade ali pra eles. Paga-se uma anuidade de 20 € por familia, e além de usufruir dessa estrutura, a gente pode pegar brinquedo emprestado por até 3 semanas. Crianças brincam com um brinquedo novo alguns dias e depois perdem o interesse. Isso é conhecido, ai acho perfeito: Vai la pega, leva pra casa, brinca e devolve. Desenvolvimento sustentavel é pouco!


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Circo em Paris

Fui a um circo ontem. Fui com o maridao, as crianças, e amigos vizinhos: Um casal com duas crianças. Foram eles que deram a dica desse espetaculo e compraram as entradas. Alias, se nao tivessemos as entradas compradas, teriamos desistido, pois estava um frio, uma chuva e um vendaval de nao dar vontade de tirar o nariz para fora.

Bom, o Circo Romanes: Um circo cigano, bem pequeno, instalado num terreno de Paris, perto do Periférico (avenida que faz a volta da cidade e que a delimita). Um circo sem frescuras, muito simples.
Chegando la, os artistas recebem o publico na porta, ajudam todos a se instalarem, sorriso no rosto. Uma familia, grande que esta ali com um prazer palpavel de fazer arte. Todos reunidos no picadeiro que é o chao coberto com tapumes de madeira. Me fez pensar no Teatro do Paiol em Curitiba, pois a gente entra no circo pelo "picadeiro" e vai para as arquibancadas em volta.
A gente se instalou, com as crianças (4 crianças de: 2 a 6 anos). Quando o circo foi enchendo veio o Big boss: Senhoras: vamos instalar as crianças mais perto do picadeiro, ai eles nao vao ver direito. Ai se foram os maiores sentar na primeira fila. Muito simpatico ele, querendo que todos estejam bem instalados.

Os numeros eram singelos, e lindos, e alguns de uma technica impressionantes, outros banais mais feitos por crianças, adolescentes cheios de orgulho e sorrisos. Bonito de ver.

A familia artistas ou nao, instalada no fundo do picadeiro em uma fila de cadeiras, onde sentavam as mulheres, algumas com crianças de colo. E atras em pé, homens com instrumentos ou nao. Eles assistiam a cada numero com muita impolgaçao. Entre os numeros, todos vinham ao centro, a banda tocava a musica cigana e os outros dançavam e cantavam. Lindo, contagiante.

Um espetaculo que é pura poesia. Parece saido do passado.

Aqui um filme que eu peguei no Youtube: